Outra suposição é que teve origem no Egito. Isto é sugerido por um desenho encontrado em um túmulo egípcio com data de 2330 a.C. Este desenho mostra quatro pessoas, uma delas sendo tratada com uma massagem às mãos. Outros atribuem a sua origem aos Incas, povo pertencente a uma civilização peruana muito antiga, remontando, possivelmente a 12000 a. C. Diz-se que
estes passaram o conhecimento da terapia por zonas aos índios norte-americanos, que ainda hoje usam esta forma de tratamento.
O que sabemos ao certo é que a terapia por zonas era usada no século XVI. Cellini (1500 - 1571), grande escultor florentino, exerceu, segundo se diz, uma forte pressão nos dedos das mãos e dos pés para aliviar a dor do corpo, com aparente êxito. Do presidente americano James Abram Garfield (1831 - 1881), que foi vítima de uma tentativa de assassínio, diz-se ter aliviado a dor exercendo pressão em vários pontos dos pés. Durante o século XVI vários livros sobre a terapia por zonas foram publicados na Europa. Um deles foi escrito pelos Drs. Adamus e A´tatis. Pouco tempo depois de ter aparecido no mercado, um outro livro
semelhante foi publicado pelo Dr. Bali em Leipzig.
O início da reflexologia podal, tal como a conhecemos hoje, deve-se ao Dr. William Fitzgerald. Nascido em 1872 e licenciado em medicina na universidade de Vermont, EUA, em 1895, exerceu medicina em hospitais de Viena, Paris e Londres, especializou-se em otorrinolaringologia e estabeleceu-se em Connecticut. Enquanto trabalhava em Viena, estudou a obra do Dr. H. Bresslar, que investigara a ligação entre os pontos de pressão nos pés e os órgãos internos do corpo e publicara os resultados dessa pesquisa num livro intitulado Zone Therapy. Curiosamente, o Dr. Bresslar refere no seu livro que a massagem terapêutica
dos pés era praticada no século XIV.
O Dr. Fitzgerald começou por utilizar as técnicas da terapia por zonas nos seus pacientes. Para exercer, pressão, ele utilizava elásticos, ganchos e sondas. Descobriu que a pressão em certos pontos do pé tem um efeito anestésico em áreas específicas do corpo. A sua investigação subsequente levou-o a dividir o corpo em dez zonas longitudinais iguais de energia. Cinco correspondem à metade direita e cinco à metade esquerda, se traçarmos uma linha imaginária partindo do cimo da cabeça e descendo pelo centro do corpo. Estas dez zonas de energia terminam nas plantas dos pés e nas palmas das mãos. A zona um compreende o polegar, estendendo-se ao braço, ombros, pescoço e cérebro e descendo daí até ao dedo grande do pé. A zona dois parte do indicador, seguindo pelo braço, ombros e pescoço até ao cérebro e descendo daí até ao segundo dedo do pé. A terceira zona parte do dedo médio, seguindo pelo braço, pelos ombros, pescoço e cérebro e descendo daí até ao terceiro dedo do pé a quarto dedo do pé. A Quinta zona parte do dedo mínimo, subindo pelo braço, ombros, pescoço e cérebro e descendo daí até ao quinto dedo do pé.
Em 1916, o Dr. Edwin Bowers, colega do Dr. Fitzgerald, descreveu publicamente o tratamento apresentado pelo Dr. Fitzgerald, referindo-se a ele como "A terapia por zonas". Um ano mais tarde, o trabalho conjunto de ambos foi publicado num livro intitulado Zone Therapy. Este continha sugestões e recomendações aos médicos, dentistas, ginecologistas, otorrinolaringologistas e quiropráticos. A primeira edição incluía diagramas dos reflexos dos pés e das dez zonas correspondentes. Pouco tempo depois, O Dr. Fitzgerald começou a dar cursos sobre este método a médicos.
Na generalidade, estas teorias não eram bem recebidas no meio profissional médico. No entanto, houve um médico, Joseph Shelby Riley, que ficou tão bem impressionando com elas que tanto ele como sua mulher também médica frequentaram os cursos do Dr. Fitzgerald sobre a terapia por zonas, a fim de poderem praticá-la no seu consultório. Foi uma assistente de Joseph S. Riley,
chamada Eunice Ingham (1879 - 1974) que promoveu a reflexologia, tal como a conhecemos hoje.
Através de uma investigação apurada, Eunice Ingham conseguiu estabelecer a correlação entre a estrutura anatómica do corpo e as zonas de energia localizadas nos pés. Verificou que os pés forneciam uma imagem-espelho do corpo inteiro. Também verificou que, dada a maior sensibilidade dos pés, o tratamento destes tinha um valor acrescentado. Por esta razão, o
tratamento por reflexologia é normalmente exercido mais nos pés do que nas mãos.
Eunice Ingham deixou seu Método "Ingham de Massagem de Compressão", que foi introduzido na Grã-Bretanha em 1960 por Doreen Bayly, discípula de Ingham. Bayly também difundiu o método por outros países da Europa. Foi Eunice Ingham que desenvolveu e renomeou a terapia zonal por reflexologia, tendo executado os mapas das zonas reflexas dos pés.
Eunice Ingham viajou bastante durante muitos anos, ensinando e partilhando o seu conhecimento com especialistas de outras terapias, como massagistas, osteopatas e naturopatas. Escreveu dois livros: "Stories the feet can teel" e "Storie the feet have told".